Organizar seus gastos, economizar dinheiro e cuidar das suas finanças pode ser essencial para ter mais qualidade de vida e menos preocupações.
Você pode estar pensando que educação financeira é apenas sobre cursos, palestras ou muita teoria, mas, na verdade, vai muito além disso. Ela envolve o entendimento de como administrar suas finanças, o quanto você ganha e gasta, e o planejamento de suas contas e objetivos a longo prazo.
Vamos explicar o que é educação financeira e como você pode aplicar esse conhecimento na sua vida.
Como começar a ter educação financeira?
Não existe uma fórmula única para alcançar a educação financeira. Trata-se de um processo gradual de aprendizado. Você pode iniciar entendendo seus rendimentos e gastos, para depois começar a economizar. Embora não exista um único caminho, algumas ações podem ajudar bastante nesse processo. Confira abaixo seis dicas essenciais para organizar suas finanças.
1. Conheça seus rendimentos e gastos
O primeiro passo é entender o que entra e sai de dinheiro. Controlar o que você ganha e gasta é fundamental para manter as contas em dia e saber até onde você pode ir. Uma boa ideia é registrar em uma planilha seu salário, gastos no cartão de crédito e contas fixas (como aluguel, água, luz, supermercado e internet). Isso facilita o controle financeiro.
2. Defina metas de curto, médio e longo prazo
Estabelecer objetivos é importante para se manter motivado. As pequenas conquistas de curto prazo servem como incentivo para alcançar metas maiores e mais desafiadoras. Uma técnica útil para definir essas metas é o OKR (Objectives and Key Results), que é um método de gestão utilizado por empresas para definir e monitorar seus objetivos ao longo do tempo.
3. Crie uma reserva de emergência
Imprevistos acontecem o tempo todo, como doenças, viagens inesperadas, problemas em casa, etc. Ter uma reserva de emergência pode evitar grandes dificuldades nessas situações. Embora esse processo possa ser desafiador, é importante começar com o que você puder. Idealmente, você deveria ter uma reserva equivalente a pelo menos seis meses de salário, mas o mais importante é começar a economizar, mesmo que seja um valor pequeno.
4. Quite suas dívidas
Anote todas as suas dívidas, desde gastos no cartão de crédito até despesas com a casa, carro, etc. Verifique também os juros cobrados e o tempo que está em atraso. Esse levantamento vai ajudá-lo a entender quanto pode ser destinado mensalmente para quitar essas dívidas. Entre em contato com as instituições financeiras e negocie os débitos de forma que caibam no seu orçamento.
5. Separe as finanças pessoais das empresariais
Se você tem uma empresa, é essencial manter os gastos da conta pessoal e da conta empresarial separados. Isso vai te ajudar a saber o lucro da empresa, quanto ela está gastando e o quanto pode ser reinvestido. Além disso, manter as finanças separadas evita confusão no seu orçamento pessoal e reduz o risco de dívidas.
6. Fale sobre dinheiro
Não tenha vergonha de falar sobre finanças com amigos, familiares, cônjuges ou até mesmo com seu gerente bancário. A comunicação sobre o tema é um bom começo para melhorar sua educação financeira. A University of Cambridge, por exemplo, afirma que as crianças formam grande parte dos seus hábitos financeiros até os 7 anos de idade. Por isso, ensinar o valor do dinheiro desde cedo é essencial.
O que é Educação Financeira?
De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a educação financeira é o processo que melhora a compreensão sobre produtos e serviços financeiros, capacitando as pessoas a tomar decisões financeiras mais informadas e conscientes.
Em outras palavras, educação financeira é a habilidade de entender como o dinheiro funciona e como gerenciá-lo adequadamente.
Por que a educação financeira é importante?
Nunca é tarde para começar a organizar suas finanças. Ter controle do seu dinheiro e guardar uma quantia para imprevistos ou para realizar seus sonhos (como comprar uma roupa, viajar, pagar uma faculdade ou adquirir uma casa) são algumas das vantagens de fazer um bom planejamento financeiro.
Esse planejamento pode servir como um guia para o controle das finanças, ajudando a tomar decisões mais acertadas, como determinar se uma compra é realmente necessária. Utilizar uma planilha para registrar seus ganhos e gastos pode ser uma ferramenta útil.
Como a falta de educação financeira afeta os brasileiros?
Uma pesquisa realizada em 2019 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), SPC Brasil e Banco Central revelou que 36% dos brasileiros não controlam seu orçamento. Além disso, 44% dos entrevistados estão ou estiveram com o nome sujo. Apesar de fatores macroeconômicos, como inflação, influenciarem esses dados, a educação financeira desempenha um papel crucial nesse cenário.
Por isso, busque fontes confiáveis de informação sobre finanças e mantenha-se atualizado sobre as melhores práticas de gestão do dinheiro. Isso pode fazer toda a diferença ao longo do tempo.
Como começar a ter educação financeira?
O primeiro passo é entender com o que e como você gasta. Organize seus gastos de forma que eles se encaixem na sua renda. Depois, comece a planejar para economizar e fazer novas metas. Segundo pesquisa da CNDL, quase metade dos jovens ainda não organizou suas finanças. A organização é a base para quem quer economizar.
E engana-se quem pensa que é necessário abrir mão das coisas que gosta. Mudanças pequenas no dia a dia podem ser um bom começo para melhorar sua educação financeira.
Como se organizar para pagar dívidas?
Você não está sozinho. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 63 milhões de brasileiros têm dívidas em atraso. O primeiro passo para quitar essas pendências é entender todas as dívidas que você tem:
Quais os juros cobrados?
Quando vence cada dívida?
Há quanto tempo está em atraso?
Entender a origem das dívidas também é importante. Se você caiu no crédito rotativo, por exemplo, é preciso saber como os juros do cartão de crédito funcionam. Priorize as dívidas com juros mais altos ou que estão mais tempo em atraso e renegocie com as instituições financeiras. Estabeleça metas claras e prazos para quitar essas dívidas, o que vai te ajudar a manter o foco.
O que a educação financeira tem a ver com investimentos?
Agora que você já sabe mais sobre educação financeira, é possível que esteja pensando em investir o dinheiro que conseguir economizar. A educação financeira e os investimentos caminham juntos para proporcionar um futuro mais tranquilo.
Investir nada mais é do que colocar uma quantia de dinheiro hoje, com o objetivo de fazê-lo crescer no futuro. E não é necessário ter uma grande quantia para começar a investir. Qualquer pessoa pode começar, independentemente do valor disponível.
3 passos para começar a investir:
Entenda que os investimentos são a médio e longo prazo: Não espere resultados imediatos.
Transforme o investimento em um hábito: Separe uma quantia todo mês, mesmo que pequena.
Pesquise as opções de investimento disponíveis: Procure uma instituição financeira e escolha opções compatíveis com seu perfil de investidor.
Educação financeira nas escolas
Em 2019, o Ministério da Educação tornou obrigatório o ensino de educação financeira nas escolas brasileiras. A partir de 2020, todas as escolas devem seguir as novas diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O ensino fundamental passará a ensinar conceitos de economia e finanças, enquanto o ensino médio abordará temas mais complexos, como o sistema monetário nacional e mundial.
Para lembrar:
Educação financeira não é apenas sobre teoria, mas sobre práticas diárias relacionadas ao dinheiro.
Informar-se mais sobre finanças é o primeiro passo para melhorar sua organização financeira.
O planejamento financeiro começa com a análise de seus ganhos, gastos e a criação de um orçamento.
Investir não é exclusivo de quem tem muito dinheiro. Há opções de investimento para diferentes perfis, e o importante é conhecer os riscos e prazos de resgate.
