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“Como a Ansiedade Impacta suas Finanças e Por que o Brasil é o País Mais Afetado”

Comportamento Financeiro: Como Melhorar a Relação com o Seu Dinheiro

Como você tem gerido suas finanças atualmente? Descubra como aprimorar seu comportamento financeiro e estabelecer uma relação mais saudável com o seu dinheiro.

Hoje, o Brasil é considerado o país com o povo mais ansioso do mundo, e muitos estudos demonstram como isso está intimamente ligado a dificuldades financeiras.

A ansiedade está crescendo globalmente, com o Brasil na liderança dessa crescente onda. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, quase 10% dos brasileiros sofriam com algum tipo de transtorno de ansiedade, tornando o país o líder mundial nesse tipo de problema de saúde.

O mais alarmante não é apenas essa liderança, mas a velocidade com que esse problema se agravou: entre 1990 e 2017, enquanto o aumento da ansiedade no resto do mundo foi de 2%, no Brasil esse número saltou para 9%.

Qual é a relação entre saúde mental e finanças?

Diante do crescimento global dos problemas de saúde mental, diversos estudos começaram a investigar o impacto da ansiedade e da depressão na gestão financeira das pessoas. O Instituto de Políticas sobre Dinheiro e Saúde Mental, fundado em 2016 no Reino Unido, concentra suas pesquisas nesse campo e apontou dois dados importantes:

  • Problemas financeiros podem causar uma série de transtornos de saúde mental, como depressão, ansiedade, estresse e insônia;

  • Pessoas com esses problemas tendem a tomar decisões financeiras mais prejudiciais, o que agrava ainda mais sua situação financeira.

Uma pesquisa realizada em 2017 mostrou que 93% das pessoas com ansiedade ou depressão gastam mais dinheiro do que podem, mais da metade acaba pegando empréstimos desnecessários, e 71% evitam lidar com suas dívidas.

Quais são os principais desafios financeiros enfrentados por quem sofre de ansiedade?

Entre as dificuldades mais comuns para quem sofre de transtornos mentais estão:

  • Organizar o orçamento pessoal;

  • Lidar com a documentação de dívidas;

  • Lembrar de tarefas cotidianas, como pagar contas;

  • Resistir ao impulso de fazer compras;

  • Evitar decisões financeiras impulsivas, como solicitar empréstimos para resolver problemas imediatos.

Esses fatores mostram como pessoas com dificuldades emocionais podem ter mais dificuldades para gerenciar suas finanças de maneira prática, o que resulta em decisões prejudiciais ou na falta de ações que poderiam melhorar sua situação financeira.

Problemas financeiros e saúde mental: um ciclo vicioso

É difícil determinar qual é a causa e qual é a consequência: problemas financeiros geram distúrbios mentais, ou dificuldades psicológicas tornam mais difícil o controle das finanças? A pesquisa sugere que quase metade das pessoas endividadas apresentam algum transtorno mental, uma taxa 3,5 vezes maior do que em indivíduos considerados “saudáveis”.

Esse ciclo vicioso pode ser devastador, pois quanto mais graves os problemas financeiros, mais intensos os transtornos de saúde, e quanto pior a saúde mental, mais complicadas as decisões financeiras. Em resumo, a ansiedade impacta diretamente nossa capacidade de lidar com o dinheiro.

O que é capacidade financeira?

A capacidade financeira é um conceito utilizado pelo Instituto de Políticas sobre Dinheiro e Saúde Mental para descrever a habilidade de uma pessoa de administrar adequadamente seus recursos. Isso envolve desde pagar contas em dia até economizar e planejar para o futuro.

Esse conceito é influenciado por diversos fatores, e em um país onde metade da população vive com menos de R$ 500 por mês, conseguir organizar o orçamento já se torna um grande desafio. Porém, a saúde mental também é um fator que torna essa tarefa ainda mais difícil.

A pandemia e seus impactos

Se a situação já era alarmante, o cenário se agravou com a pandemia de Covid-19. Embora os efeitos da crise global sobre a saúde mental não se restrinjam apenas a questões financeiras, fatores como o desemprego recorde, o fechamento de negócios e as dificuldades de sustentar a família provavelmente aumentarão os problemas de ansiedade e depressão nos próximos anos.

Por exemplo, no Brasil, as buscas no Google por “ansiedade” triplicaram em 2020, e as buscas por “como é ter uma crise de ansiedade” aumentaram 5.000% no primeiro semestre de 2020 em comparação com o ano anterior.

Ansiedade financeira no Brasil

A crescente ansiedade no Brasil acompanha um cenário econômico desafiador. Especialistas da Fundação Getúlio Vargas já descrevem a última década como uma “nova década perdida” para a economia do país, com resultados negativos mesmo antes da pandemia. Além disso, a taxa de desemprego bateu recorde em 2020, alcançando 14,6% no terceiro trimestre, e, no início de 2021, duas em cada três famílias estavam endividadas, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio.

Essa situação é um reflexo da profunda desigualdade social vivida no Brasil, somada ao estigma e vergonha que cercam questões de saúde mental.

Como superar o estigma e buscar ajuda?

Superar o estigma relacionado à saúde mental é essencial. Segundo a plataforma de saúde mental Vittude, até 86% da população brasileira pode estar lidando com algum transtorno mental sem sequer saber ou buscar ajuda. Portanto, é fundamental procurar apoio profissional. Existem serviços psicológicos gratuitos e pagos em todo o país, tanto presenciais quanto online. Muitas universidades públicas oferecem esses serviços a preços acessíveis.

Cuidando das finanças e da saúde mental

Cuidar das finanças é um passo importante para melhorar a qualidade de vida. Mas, para que isso seja possível, é necessário também cuidar da saúde mental. Sem um equilíbrio emocional, será difícil tomar decisões financeiras saudáveis e alcançar estabilidade financeira.

Buscar ajuda, seja para tratar a ansiedade ou aprender a lidar com o dinheiro de maneira mais eficiente, pode ser o primeiro passo para quebrar o ciclo de dificuldades financeiras e melhorar a relação com o seu dinheiro.

Andrey paz

jornalista apaixonado pelo futebol e o mundo do trade esportivo.

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